"A verdade sobre Alice no País das Maravilhas"
Como se sabe,Alice no
País das Maravilhas é a obra-prima de Lewis Carroll,que ganhou ao longo
do tempo, uma adaptação contemporânea, valorizada com ilustrações que
vão da delicadeza à excentricidade. Suas publicações tiveram
adaptações,inclusive para a versão cinematográfica de Tim Burton.E para
ilustrar vamos contar a história por trás da criação de Alice no País
das Maravilhas.
Em 1865 a primeira edição de Alice no País das
Maravilhas foi lançada na Inglaterra,apresentando aos leitores um
universo cheio de personagens curiosos,como o Chapeleiro
Maluco,organizador de uma festa louca do chá, e a Rainha de
Copas,monarca com predileção por decapitações.Mas de onde teria vindo a
inspiração para a criação de uma história com elementos tão
estranhos,como o gato que consegue desaparecer e um exército formado por
cartas de baralho?.
Além de referências ao contexto político da
Inglaterra,como a relação entre a Rainha de Copas e a Rainha
Vitória,alega-se que Lewis Carroll inspirou-se em pessoas que
participavam de seu cotidiano,como Theophilus Carter,um vendedor de
móveis excêntrico que é apontado como base para a criação do Chapeleiro.
Alice Liddell aos 7 anos
Apesar
de viver cercado por todas essas referências,não foi outra pessoa senão
a menina Alice Pleasance Liddell,na época com apenas nove anos, quem
inspirou o reverendo Charles Lutwidge Dodgson, nome real de Lewis
Carroll, a criar a história.
A Alice real era a quarta filha do
vice-reitor da Universidade de Oxford, Henry George Liddell,e seu
primeiro encontro com Lewis Carroll ocorreu em 25 de abril de
1856,enquanto o autor fotografava a catedral de Oxford – a fotografia
sempre fora uma de suas paixões.
Deste encontro desenvolveu-se a
amizade entre Carroll e a família Liddell – em especial Alice.”Ele era
encantado pelas meninas e Alice acabou tornando-se sua musa.Carroll foi
muito criativo na relação com as crianças e adorava impressioná-las
enviado a elas cartas malucas e inventando jogos de palavras,
trocadilhos…
Durante seu convívio ele contou dezenas de histórias a
elas”, diz Adriana Peliano,presidente da Sociedade Lewis Carroll do
Brasil.E numa travessia de barco pelo Rio Tâmisa Carroll, percebendo o
tédio das irmãs Liddell,contou-lhes a aventura da jovem Alice,que após
seguir um coelho apressado encontra o estranho País das Maravilhas.Para
tornar a aventura familiar às ouvintes,ele utilizou elementos do
cotidiano delas, sendo o próprio coelho um exemplo disso.
“Um dos
aspectos interessantes da história é que ela não surgiu como obra
literária, mas de forma oral”,explicou Adriana. “Quando o livro foi
publicado ele acrescentou novos capítulos, personagens,deixando a obra
mais complexa.”Graças a um pedido de Alice as ideias daquela tarde
transformaram-se num manuscrito chamado Alice’s Adventures Underground –
As Aventuras de Alice no Subsolo, em tradução livre – e,
posteriormente,originaram as duas obras que envolvem a menina: Alice no
País das Maravilhas e Através do Espelho e o Que Alice Encontrou Por Lá.
Esse
manuscrito,um presente de Carroll à musa inspiradora,acabou sendo
vendido por ela anos mais tarde,quando a já adulta Alice precisou de
dinheiro para manter sua residência após a morte do marido.A cópia
rendeu um total de £15.400 e atualmente está guardada na British
Library,a biblioteca nacional da Inglaterra.
Apesar do dinheiro,ter
servido de inspiração para um livro tão famoso não facilitou a vida de
Alice Liddell. “A história foi criada para encantá-la,mas ela foi
tragada para dentro desse contexto imaginário, mesmo sem ter nenhuma
relação com os personagens”, conta Adriana, acreditando que a Alice real
teve de lidar com a expectativa que as pessoas tinham em relação a
ela,uma pessoa comum que acabou associada a uma fábula.
Essa
frustração é o ponto de partida para o livro Eu Sou Alice,de Melanie
Benjamin,publicado pela editora Planeta do Brasil. “É como se fosse um
diário da Alice,onde ela fala de seus conflitos em relação à
obra”,revela Adriana.
Alice Liddell morreu em 16 de novembro de 1934
aos 82 anos,enquanto sua contraparte literária continua cada vez mais
viva no imaginário das pessoas.
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